Arquitetura

Grandes nomes da Arquitetura: a história de Lina Bo Bardi

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Dando continuidade à série Grandes nomes da Arquitetura, vamos falar hoje sobre a história de Lina Bo Bardi. A arquiteta modernista italiana naturalizada brasileira é um dos nomes mais importantes da Arquitetura do século XX.

Não se restringindo apenas a esse campo, Lina desenvolveu ainda trabalhos de artes plásticas, cenografia, desenhos de mobiliários e design gráfico. E, apesar de modernista, também ultrapassou os limites da vanguarda, dialogando com a arte e a cultura popular.

Com uma rica e vasta obra, Lina se tornou, assim, uma figura incontestável no cenário estético do Brasil. Para conhecer mais sobre a obra e a história de Lina Bo Bardi, continue a leitura!

A história de Lina Bo Bardi

Achillina Bo – ou Lina Bo Bardi, como é mais conhecida – nasceu em Roma, na Itália, em 5 de dezembro de 1914. Em sua cidade natal, cursou a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma. Depois de se graduar, trabalhou para Giò Ponti, em Milão, vindo a ocupar o cargo de editora da Revista Quiaderni di Domus.

Logo, Lina começou a ganhar notoriedade em sua área e estabeleceu um escritório próprio. Contudo, na década de 30, a arquiteta enfrentou dificuldades e escassez de serviços devido à Segunda Guerra Mundial. Em 1943, seu ambiente chegou a ser bombardeado.

Nessa época, Lina fundou a revista A cultura della vita com o arquiteto Bruno Zevi. Também filiou-se ao Partido Comunista Italiano e fez parte da resistência à invasão alemã. Na ocasião, conheceu o historiador e crítico de arte Pietro Maria Bardi, com quem se casou, e mudou-se para o Brasil, onde passou a morar pelo restante de sua vida.

Lina Bo Bardi naturalizou-se brasileira em 1951, e foi em terras nacionais que a arquiteta se inseriu no cenário da arquitetura moderna. Instalando-se em São Paulo, Lina teve, ao mesmo tempo, grande admiração pela cultura popular, trazendo para as suas obras a influência desse estilo.

Até o fim de sua vida, a arquiteta esteve ativa, criando uma rica e intensa produção cultural. Em 1992, Lina faleceu, quando deixou o projeto de reforma da Prefeitura de São Paulo inacabado.

Principais obras da Arquiteta Modernista

Lina criou uma vasta obra não só na arquitetura, mas também em outras áreas culturais, como design, cenografia, artes plásticas, teatro, cinema e curadoria de exposições. Além disso, sua carreira foi responsável por diversas obras que marcaram a história da arquitetura nacional moderna. Conheça alguns de seus principais projetos:

Casa de Vidro

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Projeto de 1951, a Casa de Vidro foi um marco na arquitetura de São Paulo. Inicialmente residência de Lina e Pietro, tornou-se posteriormente a sede do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi.

Museu de Arte de São Paulo

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Projeto desenvolvido em 1958, o MASP é uma das maiores obras-primas de Lina.

Solar do Unhão

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Do final da década de 50 até o início dos anos 60, Lina foi para a Bahia, onde desenvolveu o projeto de restauração do Solar do Unhão – um conjunto arquitetônico considerado patrimônio histórico nos anos 1940.

SESC Pompeia

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Na década de 70, Lina executou o projeto do SESC Pompeia, importante obra que entrou para a história da Arquitetura no século XX.

Outros projetos

Lina Bo tem ainda vários outros projetos de destaque, tais como:

  • Casa do Chame-Chame, de 1964, em Salvador, Bahia;
  • Casa Valéria Cirell, de 1965, em São Paulo;
  • Igreja do Espírito Santo do Cerrado, de 1976, em Uberlândia, Minas Gerais;
  • Reforma do Teatro Polytheama, de 1986, em Jundiaí, São Paulo;
  • Teatro Oficina, de 1990, em São Paulo.

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A importância de Lina Bo Bardi para o universo da construção civil

Considerada uma das mais importantes arquitetas do modernismo, Lina Bo Bardi ultrapassou os limites da vanguarda, trazendo forte influência da estética popular para suas obras. É nesse sentido que prezava pela construção de espaços cuja finalização se daria pelas pessoas e pelo uso cotidiano desses locais.

Opondo-se à construção de projetos meramente sofisticados e elitistas, a característica mais marcante do seu estilo buscava refutar veementemente o fútil.

Criando em suas obras um constante diálogo entre a estética moderna vanguardista e a tradição popular, Lina nos mostra que compreender a cultura de um local é essencial para a elaboração de projetos arquitetônicos.

A partir de uma perspectiva antropológica, Lina Bo Bardi entendeu que a arquitetura é criada sobretudo pelas pessoas, por quem usa esses espaços, por quem caminha nesses edifícios, por quem até mesmo executa o singelo ato de olhar para uma construção.

Assim, pensar a arquitetura e a construção civil requer pensar nas pessoas que geram contato com esses locais. Esse contato, para Lina, deveria ser íntimo, ardente e consciente. Mais do que o próprio projeto arquitetônico, é a rotina e a movimentação desses lugares, os pequenos gestos e atitudes deixados pelas pessoas, que trazem beleza e vida a uma obra.

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