Grandes nomes da Arquitetura brasileira: a história de Paulo Mendes da Rocha
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Na série de hoje sobre os Grandes nomes da Arquitetura, vamos falar sobre a história de Paulo Mendes da Rocha. O arquiteto, urbanista e professor capixaba tem um vasto portfólio e uma coleção de prêmios. Conquistou, inclusive, o Prêmio Pritzker, em 2006 – quando, antes dele, apenas um brasileiro havia ganho tamanho reconhecimento: Oscar Niemeyer.
Neste artigo, você vai conhecer a história desse arquiteto, que é considerado no meio como uma verdadeira lenda viva. Veja sua biografia, as principais obras e a importância de Paulo para o universo da construção civil!
O início da história de Paulo Mendes da Rocha
A história de Paulo Mendes da Rocha começou na cidade de Vitória, no Espírito Santo, em 1928. Filho de engenheiro, recebeu desde cedo a influência familiar do mundo da engenharia.
Em 1954, Paulo se formou em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Já aos 29 anos de idade, o arquiteto se destacava na área, ganhando o concurso para o Ginásio do Clube Atlético Paulistano.
Paulo Mendes da Rocha também teve a oportunidade de trabalhar com Vilanova Artigas, fazendo parte da chamada Escola Paulista de arquitetura. Nos anos 60, o arquiteto tornou-se docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Em meio aos debates universitários sobre o papel social do arquiteto, Paulo teve seus direitos cassados em 1969, com o Ato Institucional nº 5. O arquiteto retornou à Universidade apenas em 1980, com a anistia.
Ele também foi presidente do departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil. A partir dos anos 80, o reconhecimento do seu trabalho se intensificou, passando a ser famoso internacionalmente.
Desde então, Paulo Mendes da Rocha manteve uma intensa vida profissional, projetando obras importantes e ganhando prêmios de destaque.
As principais obras do arquiteto capixaba
Com um extenso currículo, Paulo Mendes da Rocha conquistou diversos prêmios. Apenas para citar alguns, o arquiteto recebeu:
- Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, em 1999 e 2000;
- Prêmio Pritzker, em 2006;
- Leão de Ouro de Veneza, em 2016;
- Medalha de Ouro Real do RIBA, em 2017.
Dentre suas obras principais, destacam-se:
- Ginásio do Clube Atlético Paulistano (São Paulo, 1958/1960);
- Edifício Guaimbê (São Paulo, 1962);
- Casa do Arquiteto (São Paulo, 1964);
- Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Osaka (Japão, 1969);
- Museu Brasileiro de Escultura (São Paulo, 1988);
- Pórtico da Praça do Patriarca (São Paulo, 1992);
- Reforma da Pinacoteca (São Paulo, 1993/1998);
- Cais das Artes (Espírito Santo, 2009);
- Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2017).
A importância de Paulo Mendes da Rocha para a construção civil
O arquiteto mais premiado do país, com mais de 90 anos de idade e 60 de carreira, tem muito a ensinar para o universo da construção civil. Com um discurso amparado na perspectiva social e humanista, a história de Paulo Mendes da Rocha questiona fortemente o papel da arquitetura em nossas vidas.
O olhar crítico do arquiteto busca pensar a relação entre a engenharia e a natureza, o homem e os espaços construídos. Nesse sentido, a arquitetura não está relacionada pura e simplesmente com as formas autônomas ou seu caráter fabril.
Para Paulo Mendes da Rocha, a arquitetura requer, antes de tudo, pensar a geografia e os fenômenos naturais. A própria natureza na visão do arquiteto é um projeto que carrega em si a possibilidade de transformação por meio da técnica.
Inclusive, a sua concepção de espaço mostra a importância das cidades e do engajamento social nos projetos arquitetônicos, para além de uma visão limitada a obras isoladas.
Nesse sentido, não se faz arquitetura sem pensar na sua dimensão pública. Aliando, portanto, beleza e funcionalidade assim como arte e técnica, a história de Paulo Mendes da Rocha mostra uma compreensão profunda e poética sobre a finalidade da arquitetura.
Para ele, arquitetura não se trata de formas supérfluas e independentes. Na verdade, uma obra arquitetônica se faz e se expressa nos mais variados aspectos, como na cultura, no transporte público e nos espaços de convivência das cidades. Afinal, nas palavras de Paulo Mendes da Rocha, “a arquitetura não é feita para ver, mas feita para viver”.
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