Nas últimas décadas, o mundo tem voltado sua atenção para a busca de matrizes energéticas sustentáveis, que contribuam para reduzir a emissão de gases nocivos na atmosfera, para desacelerar o avanço do efeito estufa, apresentando um combustível alternativo para o setor produtivo. Nesta busca, Brasil e Estados Unidos saíram na frente. No Brasil, o etanol derivado da cana-de-açúcar já é utilizado em mais de 8 milhões de veículos (28,5% da frota) e as empresas cada vez apostam no uso desta fonte de energia. Nos Estados Unidos, a meta é que em 2010 sejam produzidos 49,2 bilhões de litros de combustíveis renováveis, cerca de 8% do consumo total de combustíveis tradicionais, como gasolina e diesel.

A União Europeia também se volta para esta nova tecnologia. Em abril de 2009, foi inaugurada na Bélgica, a BioWanze, primeira produtora de bioetanol “nova geração” da Europa, fabricado a partir de um subproduto agrícola – neste caso, farelo de trigo e resíduos da beterraba. A busca pela eficiência nos processos para reduzir os impactos ambientais é observada em cada elemento e tem como ponto central a caldeira de biomassa, com elevada eficiência térmica. A escolha das máquinas e equipamentos é pautada por esta preocupação e a WEG está presente com os motores elétricos W22, instalados na torre de refrigeração da usina. Os motores têm menor consumo energético, com baixo nível de ruído e vibração, além de menor custo total de aquisição.

A WEG Benelux, filial da Bélgica, forneceu três unidades dos motores W22 para a Hamon Thermal Europe, através da Smet Engeneering, empresas parceiras da BioWanze no projeto da usina. Esta linha de motores é marcada pelo alto desempenho energético, com redução de perdas entre 10% e 40%, em comparação com os motores tradicionais.

O equipamento já foi concebido para atender as exigências da norma IEC60034-30, que classifica os níveis de rendimento dos motores elétricos e será padrão no mundo a partir de junho de 2011. Conta com uma carcaça aerodinâmica que aumenta o fluxo de ar e reduz as temperaturas. Além disto, a caixa de ligação do motor foi reposicionada para melhorar o fluxo de ar – na prática, isto significa menos pontos quentes e, consequentemente, maior confiabilidade.

A vida útil do motor ainda é prolongada devido ao uso do sistema WSeal, que conta com um anel V-ring, de duplo lábio, coberto por uma calota metálica, que protege a borracha de vedação da ação dos raios solares. Com isto, o interior do motor fica mais protegido da entrada de agentes externos que possam danificar os rolamentos, como água ou pó.

Com capacidade de produzir até 300 milhões de litros de etanol por ano, a BioWanze pretende atender, até 2013, metade do consumo na Bélgica. A empresa pertence a CropEnergies, uma subsidiária da Südzucker Group e um dos principais produtores europeus de etanol, e é resultado de um investimento de mais de 250 milhões de euros.

O processo inovador de produção usa farelo de trigo como combustível para a caldeira de biomassa, o que garante a redução das emissões de gás carbônico em 70%, se comparado ao uso de combustíveis fósseis. A caldeira de biomassa tem 35 metros de altura, 60 de comprimento e 20 de largura, e pode produzir 100 toneladas por hora de vapor a 93bar e 520 graus Celsius.

O que é bioetanol

O etanol é um composto orgânico oxigenado de fórmula química C2H5OH. Em nosso país ele é utilizado como combustível automotivo em duas versões: álcool hidratado (em carros a álcool ou flex fuel) e álcool anidro (adicionado à gasolina na proporção de 25%). O primeiro tipo possui 7% de água na mistura, enquanto o segundo, no máximo, 0,7%.

Aqui produzimos etanol através da fermentação do caldo da cana, via ação de leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae. Em outros países se utiliza milho (EUA e China), beterraba (União Européia), mandioca, trigo e uva como matéria-prima.

Fonte: WWW.bioetanol.org.br; WWW.folha.com.br