O primeiro ônibus elétrico brasileiro movido 100% a bateria foi lançado em São Bernardo do Campo /SP, neste mês e deve entrar em testes no próximo. Com capacidade máxima de cerca de 150 pessoas, é também o primeiro do mundo movido a bateria com 18 metros de comprimento. O veículo que irá operar o dia todo sem emissão de poluentes é equipado pela WEG, com motor de tração refrigerado à água, inversor de tração refrigerado à água, além de equipamentos auxiliares. O ônibus foi concebido pela Eletra, responsável pela engenharia, integração e desenvolvimento do projeto.
O E-Bus possui autonomia para rodar 200 quilômetros com a carga da bateria de lítio. Além de respeitar o meio ambiente, o veículo, assim como o trólebus, recebe energia por meio de cabos elétricos, porém se sobrepõe a ele porque não precisa estar conectado à rede para a rodagem. O sistema traz mais agilidade e diminui problemas com a alta manutenção da fiação.
Máxima eficiência
Com máxima eficiência e autonomia só compatível a um veículo de Fórmula 1, o veículo conta com a frenagem regenerativa garantida pelo inversor WEG, na qual a energia perdida durante a frenagem é recuperada e armazenada na bateria. O sistema funciona da seguinte maneira: a bateria armazena a energia, que é consumida pelo inversor, que por sua vez controla o motor de tração.
Para serem recarregadas totalmente, as 14 baterias, que ficam no teto, necessitam de três horas, mas o veículo também possui sistema para recargas rápidas, que levam 5 minutos, dando mais 11 km de autonomia. Ao final de cada viagem, o ônibus recebe a carga rápida de energia no terminal, enquanto os passageiros embarcam. Fora do horário de pico, a carga é completada.
O motor de tração refrigerado à água foi desenvolvido para atender ao projeto, com sistema de fixação especial e baixo peso. O inversor de tração refrigerado à água, modelo CFW11T (compacto e com baixo peso), é destinado especialmente para veículos como ônibus, VLTs, trens e caminhões. O fornecimento da WEG é formado ainda pelo motor do compressor, bomba hidráulica, inversores do sistema de ar condicionado e motores auxiliares.
Mais de 20 trólebus utilizam a mesma solução desenvolvida pela WEG neste projeto. A companhia oferece alto índice de conteúdo nacional, possibilidade de financiamento pelo FINAME e assistência técnica no Brasil.
Substituição da frota
A expectativa do Governo de São Paulo é substituir, dentro de um ano, a frota a diesel e os trólebus pelos elétricos a bateria. Na primeira fase de testes, o ônibus se deslocará sem passageiros. A previsão é que entre em operação no início do próximo ano. O E-Bus é fruto de uma parceria entre Eletra, Mitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation. O projeto prevê ainda a nacionalização dos componentes como as baterias e postos de recarga, importados do Japão.