Decoração

Os cuidados com a decoração cinza por Áliqui Sodré

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Uma das cores mais polêmicas é, sem dúvidas, o cinza. Embora uma decoração nesse tom seja linda, ela pode acabar virando um pesadelo se alguns pontos não foram observados. Vamos lá:

Existem vários tons de cinza, com várias “cores de fundo”, ou matizes. Além dos tons “quente” e “frio”, existem cinzas esverdeados, amarelados, rosados, azulados e neutros. Em uma decoração onde há cinza em diferentes materiais, como o tecido do sofá, o papel de parede, a tinta e a cortina, é preciso tomar cuidado com a cor de fundo de cada uma dessas cores.

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Misturar tons dessa cor com diferentes matizes pode acabar com a sua decoração cinza! Algumas pessoas têm um olho bom para identificar cores, mas a grande maioria não percebe diferenças sutis como a cor de fundo do cinza, sem que haja outros tons ao lado para comparar, como no exemplo acima. Isso acontece porque o tipo de iluminação (natural, artificial, quente, fria ou neutra) que incide no material altera suas cores. Uma boa dica é sempre que for escolher a cor para um item da sua decoração, carregue uma amostra das cores dos outros materiais que irão compor todo o mobiliário. Assim, você não erra no tom.

Se não tiver como levar amostra, entre em contato com a loja onde você deseja comprar e pergunte se eles têm amostras dos tecidos das marcas que você adquiriu. Se nada disso der certo, invista em um leque de cores de marcas de tinta – que custam cerca de R$100 – e encontre os tons que mais se aproximam dos seus materiais antes de ir às compras.

Quando você contrata um arquiteto, ele carrega o seu leque de cores e ainda te ajuda com outras noções de estética. Por isso, se você está inseguro, vale a pena investir em uma ajuda profissional. Nesses casos, não é preciso contratar um projeto completo. Existem diversas modalidades de serviços oferecidas por arquitetos, começando pela consultoria até aquele projeto completo que você entrega na mão de quem vai executar a obra.

Além da cor de fundo do cinza, um fator que costumamos ignorar na hora de escolher materiais e cores para o nosso ambiente são as luzes: quando incidem sobre as superfícies dos materiais, elas alteram a forma como percebemos suas cores.

Isso acontece porque uma parte do espectro luminoso (aquele arco-íris que compõe a onda de luz) da fonte luminosa (seja a o sol, uma lâmpada, o fogo, a lua…) é absorvido pelo objeto e outra parte é refletida. Esse reflexo é captado pelos nossos olhos, juntamente com a “cor real” do objeto, afetando a nossa percepção dessa cor. Se a luz que incide é azulada (fria), como a luz da luz ou das antigas lâmpadas fluorescentes, enxergamos as cores mais azuladas. Se a luz que incide é amarelada ou alaranjada (quente), como a luz do pôr do sol ou das lâmpadas incandescentes e de filamento, enxergamos o objeto mais amarelado.

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Isso acontece até com a nossa pele. Se você já se sentiu mais bonito na cabine de uma loja, saiba que o arquiteto que planejou a iluminação tinha isso em mente. Portanto, não adianta investir em uma decoração toda em tons de cinza frio, para dar aquele “ar escandinavo” dos alpes suíços, e usar lâmpadas quentes.

As lâmpadas de LED, que usamos hoje, podem ter diferentes temperaturas de cor, que variam de 8.000 k (fria, azulada) a 2.000 k (quente, amarelada) e no meio do caminho estão as lâmpadas neutras, que mais se aproximam da luz do sol. Essas são as ideais para se usar na decoração cinza.

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Além disso, as lâmpadas têm diferentes IRC (índice de reprodução de cores). Quanto mais alto o IRC, melhor.

Portanto, ao criar uma decoração cinza, preste muito atenção nos matizes, nas cores de fundo e na iluminação, para não criar um efeito indesejado.

Autora

A arquiteta Áliqui Sodré é CEO da Catabila Arquitetura Ltda. no Rio de Janeiro/RJ, e tem vasta experiência na área de projeto arquitetônico, executivo e gerenciamento de obras. Conheça o site do seu escritório, e acompanhe suas atualizações no Facebook e Instagram.